sexta-feira, 27 de abril de 2007

Já não há heróis?

Quando era miúda, tenho uma vaga ideia que queria ser bailarina, cantora, médica e sim… esta é a melhor quis ser santa e como a minha mãe disse que isso era uma parvoíce, desci o patamar… e então achei que daria uma excelente freira. Sim quis ser freira, numa quarta feira, acho que na quinta mudei de ideias.

Andei num colégio misto onde as freiras eram todas à frente e uma delas pintava os lábios de cor de rosa e o cabelo de louro e eu achava isso um máximo. Chamava-se Irmã Angelita e era nossa professora de Inglês! Lá no colégio as freiras vestiam-se a civil e eu achava um máximo a vida que levavam perfeitamente misturadas na sociedade e para a sociedade, bem diferente de algumas ordens mais severas que passam a vida a rezar. Conduziam, algumas ensinavam, cozinhavam e quase que disfarçavam que eram freiras. Pareciam avosinhas todas para a frente!As nossas professoras não eram freiras, apenas algumas disciplinas eram leccionadas por elas.

Aprendi uma palavra muito pomposa para a altura que era “ solidariedade”. Numa altura em que andávamos sempre as turras com os miúdos da “ infantil” nós os “veteranos “da 4º classe achávamos que tínhamos o direito de nos apropriarmos todos os intervalos do escorrega. Tínhamos um bibe de cor diferente que nos fazia ter “ um estatuto”! Chegou lá a directora da escola um dia depois de nos apropriarmos constantemente dos baloiços da escola ( Irmã Isabel) e disse: têm que ser solidários para com os mais novos! Nunca me vou esquecer disso… e percebi que trocando por miúdos… ser solidária era perder o estatuto do bibe e deixar os “ infantis” brincar no escorrega.

Na minha turma haviam tantos rapazes como raparigas e éramos mesmo tratados como igual… os rapazes assim como nós aprenderam a fazer coisas interessantíssimas como pinturas em paninhos e croché.. o que hoje me dá ataques de riso, e vejo como num colégio de freiras se tratava da igualdade de forma bem diferente do que noutros sítios. Nós ( as miúdas) jogávamos futebol com eles e tínhamos um árbitro ( mais que comprado) a “ menina” Deolinda ( que era assim tratada carinhosamente por nunca se ter casado.. mas que no entanto tinha mais de 60 anos). Era cromíssima e sabia as regras todas…mas … usava-as todas a favor das miúdas, sempre que podia.

Um dia houve uma revolução e os rapazes pediram para que não usassem bibes no último ano ( 4º classe) e a irmã Isabel e irmã Marieta eram umas porreiras e deixaram. Foi bem montado o esquema e a sindicância masculina estava muito bem organizada. Nós não nos chateamos porque o nosso bibe rosa podia ser personalizado e tínhamos orgulho nele.

As aulas de catequese foram das melhores. Discutíamos temas interessantes e abertos a todos ( mesmo que nem sequer fossem baptizados) e um dia um colega virou-se para a irmã Isabel e disse… super assustado: o diabo existe? A irmã sorriu e disse… “existe sim, mas não como pensas, não é como te dizem…” apontou para o coração e para a cabeça e disse: está em ti se quiseres, mas tens sempre a escolha de não fazeres o mal… e de escolheres o que é o bem”.

Os anos passaram-se é um facto, mas há coisas que me recordo como hoje, sinal que ficaram em mim. Outras foram-se perdendo é certo…
Soube há pouco tempo que a irmã Isabel que nos dava as aulas de catequese, desistiu de ser freira porque as crianças mais necessitadas não pagavam no colégio e queriam que a nível superior ( muito superior) pagassem. Desistiu por não concordar e não se resignar com isso. Encheu-me de orgulho, honestamente! Adorava encontrá-la só para lhe dar um abraço. Voltou a sua antiga profissão que é ser advogada e está na Cruz Vermelha…. E sim, não pregou apenas a “solidariedade”, mas aplicou-a até a última. ( faz o que eu digo e faz o que eu faço). E numa altura onde já não há quase heróis nem heroínas, fico feliz de me ter cruzado e convivido com ela naquela escola…e mesmo sem ela o saber adoptei-a como a minha heroína.

Ps: Este post é um pouco diferente dos que costumo escrever. Mas não resisti.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Um 25 de Abril tipicamente Tuga

Pois é… não há desculpa possível! Eu confesso-me...rendi-me ao feriado tipicamente tuga...num centro comercial. Decadência eu sei!

Fui ao Colombo e estava a potes...se calhar até estariam mais, só que como abriu o túnel do Marquês ontem .. o tuga ficou dividido entre passear no túnel ou ir para o Colombo.Eu fiz parte da trupe " Colombo" ( do mal ao menos).Estavam ali famílias inteiras reunidas e pelo shopping era ver as “ famílias felizes” a “passearem” calmamente pelas lojas e a enfardarem “ Sundays”( acho que o Sunday se tornou o “ lanche” oficial dos centros comerciais).

Não vi ninguém de fato de treino… e daí que cheguei a uma constatação que : ou é um mito, ou só não vi porque não era domingo... e o tuga apesar de tudo, leva a tradição à letra.. .e fato de treino é no Domingo e não no feriado ( a não ser que o feriado calhe no Domingo).

Já se sabe que os homens nesses dias de compras são os mais lesados. Contudo, os shopppings cada vez são mais solidários com eles, e enchem os corredores com banquinhos “ de castigo”.

Quem lá passa assiste a um encontro de homens sentados nos bancos do corredor… todos seguidos. Estão sentados com ar de desgraçados com inúmeros sacos nas mãos, de lojas femininas. Não esboçam um sorriso, o olhar é perdido e as costas cada vez mais curvadas enquanto estão sentados nos banquinhos como se quisessem desaparecer dali e se enfiarem num buraco.
Depois de tantas horas de reflexão forçada devem encontrar pormenores que nunca tinham reparado nos seus sapatos… e dali devem sair grandes conclusões uma delas é: Toino!!Porque é que não fiquei em casa?

Para os “repetentes masoquistas” na arte da seca dos shoppings, já estão mais socializados e durante tantas horas de rabo sentado… já vão metendo conversa com o degraçado do lado . E ali, deve surgir grandes amizades masculinas movidas pela solidariedade... Afinal estão ali todos juntinhos e com ar de miseráveis e entre um cigarro e outro, partilhas de jornais desportivos, suponho que naquele momento de angustia, o sofrimento faça surgir a união e a amizade masculina.

Há ainda os que heroicamente entram nas lojas como acompanhantes e durante horas a fio assistem a passarele de todas as peças de roupa que haja na loja... ai distinguem-se nos que dizem “ fica bem! (Só para não se chatearem) mesmo sabendo que fica rídiculo, mesmo sabendo que a peça é horrorosa, e fica pessimamente….E depois há os ingénuos ( os toinos, mesmo!!) que dizem o que pensam e das duas uma: ou levam com um olhar reprovador da namorada/mulher ou então do olhar passa para as palavras e ali abre-se uma arena conjugal em que tudo começa no simples” Fica mal!!??? porquê?!!! Estás a dizer que estou gorda?!!!!!!!”

Com tanta gente que estava… acabei por não comprar nada. As lojas estavam apinhadas e eu estava cansada de tanto movimento e perdi a paciência para ter que gramar filas intermináveis para experimentar roupa e para pagar... ( estava mesmo um absurdo de gente!).Queria mesmo sentar-me, lado a lado no banquinho do castigo e ser solidária com eles no cansaço!( Toina , pensei eu!Que é que te deu para vires para aqui hoje?)Mas como não havia um espaço sequer desisti e continuei a andar.

Olhei à minha volta enquanto que o cenário parecia pousar para mim...putos a enfardar sundays, mulheres feitas loucas nas lojas, e os maridões impacientes mas disciplinados à porta das lojas à espera. Um rasgo de liberdade gozado cada um à sua maneira.
Eu cá gozei da minha liberdade e fui-me embora do shopping...a saída deram-me um cravo vermelho e eu pu-lo ao peito.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O Mito do Galo de Barcelos


O Galo dizemos “ ser nosso” é aceite como símbolo português. Estampam-se t-shirts com ele, porta-chaves, isqueiros, lápis e postais e faz parte do Merchandising Luso kitsch. Um pouco por toda as lojecas de souvenirs estão a venda o material com o Galo de Barcelos que faz as delícias do turista. Não sabe o que é, mas sabe concerteza que é típico! Vem em todos os guias de viagem português como um símbolo do país.

As suas cores berrantes remetem-nos para o pitoresco e fazem lembrar o folclore, a meia rendada branca a soca preta e música cantada de forma estridente e um pouco de tudo o que é tradicional português. Associo ao azeite e a bacalhau, muito por culpa do anúncio de anos e anos ao Azeite Galo o que só prova que a campanha pegou e se fixou de vez.
Há várias versões da lenda do Galo Barcelos, uma dela é que um peregrino a caminho de Santiago de Compostela salva-se da morte certa ( pela forca) graças ao milagre que fez um galo assado levantar-se e cantar.

Pois bem…o Galo de Barcelos não passa de um mito nacional com os pés de barro… na verdade de Português tem pouco… a bem dizer… é uma farsa…li sobre isso e apurei a verdade.

O Galo de Barcelos é uma espécie de filho adoptivo espanhol… que foi adoptado por Portugal e que aprendemos a amar de igual forma como se fosse realmente nosso. E se o ditado…diz “de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos” o que dizer de um Galo sem pés?

Na verdade há várias lendas parecidas noutras localidades espanholas. Há uma cidade espanhola que é Santo Domingo de la Calzada, situada perto de Brugos há uma história muito semelhante à de Barcelos, que envolve um galo e uma galinha. “No hay prodigio más famoso en el Camino de Santiago que el de Santo Domingo de la Calzada, cuando cantó la gallina después de asada, o la historia del ahorcado descolgado”. O chato disto é que os “ nuestros hermanos” lembraram-se da história uns séculos antes do Galo de Barcelos ter aparecido por cá, o chato mais chato é descobrir assim a frio que afinal nem a história é original nossa.

E sim! Senti-me forjada! Ao olhar para o galo colorido e de crista imponente e disse para ele: “ Se for mentira canta!!” Ou então transforma-te novamente em churrasco que eu não me chateio nada!” Nada feito. O galo bimbo e imponente manteve a pose!! E eu coloquei-o na prateleira de novo.

Depois desta decepção se me dissessem que havia um Zé Povinho igualzinho na Ucrânia eu aceditava! O galo não canta mas as cores berrantes fazem com que ecoe o “ cocorococó” no nosso imaginaria colectivo português para todo o sempre.

Ignoro o que li e faço-me de desentendida, é o melhor para não ferir a minha alma lusa: O Galo é nosso sim senhor, e o churrasco também!


PS: Espero não ferir a susceptibilidade dos amigos da aldeia lusitana nem receber ameaças! ;)

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Afinal aprender compensa ou não compensa?




Os objectivos da campanha do governo “ Novas Oportunidades” são fazer do 12º ano o referencial mínimo de formação para todos os jovens, colocar metade dos jovens do ensino secundário em cursos tecnológicos e profissionais e qualificar um milhão de activos até 2010.

O motivo desta iniciativa segundo a campanha é para que haja mais crescimento económico, mais desenvolvimento e coesão social: melhores salários, mais empregos, menos desemprego, mais cidadania.

Como síntese de principais medidas pretendem aumentar a oferta de formação profissionalizante, assegurar uma gestão territorial integrada dos cursos e na rede de operadores privados, criar um sistema integrado de informação e orientação escolar e profissional, rever as estruturas curriculares e articular as cargas horárias entre as diferentes ofertas, desenvolver sistema de avaliação de qualidade.

Ontem o Bloco de esquerda lançou uma campanha que tem o mote “ a qualificação com emprego” com cartazes onde se poderá ver uma licenciada a trabalhar num restaurante. O partido acusa o governo de não se preocupar com o desemprego dos qualificados e lança campanha de resposta às “ Novas Oportunidades”.

Se na campanha do Governo, Judite de Sousa que não estuda acaba a vender jornais em quiosques e o Carlos Queirós a aparar a relva dos estádios, o bloco utiliza a campanha do Governo e cria uma “ contra- campanha” onde mostra como é o destino de muitos jovens que terminam os estudos e onde aliás a taxa de desemprego de jovens licenciados está muito acima da média Europeia: ACABA POR SERVIR Á MESA.

É que se a campanha do governo prima pelo optimismo (se calhar exagerado,talvez) com a tónica na qualificação profissional e no consequente melhoramento no país, em que a mensagem que passa é que se nos qualificarmos poderemos ser “ melhores”, por outro lado a campanha do BE prima pelo negativismo e aqui divido-me entre o sensacionalismo e o realismo da mesma, em que a mensagem que passa é mais ou menos isto: “ faças o que fizeres, não vale de nada estudares porque acabas num café a trabalhar... como aquela que está ali no cartaz!" Não lhes retiro contudo o mérito do cartaz que acho que está aliás muito bem conseguido. Mete bem o dedo na ferida... mas na perna ao lado da que se está a tentar curar.

É que se de um lado estamos a falar de qualificação profissional e de subida da taxa de escolaridade obrigatória e do aumento de cursos profissionais, do outro lado o BE aproveita a boleia e põe aqui o Ensino Superior à mistura (onde têm de longe os seus maiores apoiantes). É claro que cada um puxa a brasa a sua sardinha.

É que se o BE não deixa de ter razão e realmente o desemprego no meio dos licenciados é preocupante, por outro lado se pensarmos que nos licenciamos e que acabamos num café a servir á mesa...então o caminho é o que? Tocar djambés e fumar charros o dia todo?

Há um longo caminho a percorrer até representam a maior parte da população. E ainda que a campanha do governo seja irrealista, ainda que não se consiga chegar aos objectivos talhados para 2010, alguma coisa tem que ser feita. Ou será que não?

E ainda que dos cursos profissionais não nasçam todos os dias “ Judites de Sousas” ou “ Carlos Queirós” … tenho a ingenuidade de pensar que aprender compensa e que de duas escolhas o caminho mais difícil é sempre o que me trará mais vantagens.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

As Matrioskas e os Action Man




Agora que estamos numa época de calor fora de tempo… há que comer saladinhas e coisas mais light que ajudam à digestão… como tal o menu de hoje é uma saladinha de frutas bem ligth. Proponho um mergulho refrescante na “ calda” da salada de frutas das revistas cor- de-rosa.

Pois bem….o que é que têm em comum Mário Esteves com Santana Lopes?? Pelo que se sabe, partilham a paixão pelo Sporting e por Cinha Jardim! De resto pouco mais! (Ah ok… a fama de playboys… , de bons “ vivans” e provavelemente serem “ pintas” de bolso roto! Ah e também enquanto um colecciona santanetes ou outro colecciona Matriokas e nos tempos livres as Santanetes perdidas pelo caminho).A tia Cinha é uma senhora ex 1º santanete e agora uma nova Matrioska. E se o termo “ santanete” não suscita qualquer dúvida… Matrioska é um termo que considero apropriado … porque é mais uma bonequinha que se encaixa quase em simultâneo depois da “ Elsinha” na vida do Sr. Esteves ( pode ser engenheiro também!!).


A tia Cinha ( Matrioska Segunda)é de famílias “super bem” e por isso e como o nível social assim o permite escolheu para seu namorado um socialite à sua altura, um tal de Mário Esteves com cara de chuleco e de “Action Man “ que é …. imagine-se professor de surf. Isto significa que se o namoro for para a frente…passará de professor de surf, a empresário de sucesso… ( é o que se chama subir na vida de uma forma rápida).

Isto é aliás o que fazem as revistas de forma a “premiar” as chulecas dos “tios” ou os “ chulecos” das “tias”: Empresário realmente soa melhor, mesmo que o “querido” ou a “queriduxa” não saibam sequer fazer uma conta de somar com mais de 3 números. Se não tiver habilitações nenhumas as revistas também costumam salientar que a “não sei quantas” abandonou a “carreira” para ficar com os filhos em casa… o que traduzindo significa… que a carreira que falam era no mínimo ser vendedora de produtos da Avon de porta em porta ou de Herbalife , mas como não interessa nada.. é mais chique e fica muito mais bonito dizer-se que se abdicou da “ carreira” pelos filhos!

A melhor forma de saber se um romance socialite vai durar basta estar atento às capas das revistas: se daqui a uma semana sair um título com “ ele é o amor da minha vida” é quase certo que 7 dias depois já estarão separados. Depois se sair : “ Não estamos separados”, significa : já nem se podem ver à frente. E finalmente vem a derradeira notícia: “ ele é um bêbedo, trafica droga, e está cheio de dívidas”… e entorna-se a calda toda de uma só vez.

O professor de surf Esteves anda aí a quebrar corações e carteiras na finesa do socialite Português… parece que já foi namorado da Matrioska Primeira – Elsa Raposo ( o que também não é muito difícil) que não deu certo e por causa disso ela teve uma depressão ( também não é muito difícil), por causa disso teve que ir para um clínica ( para dar patrocínio a clínica) e claro teve que ir repousar para o Brasil e para mais não sei onde… e como precisava de repouso, levou as revistas todas atrás, ou não fossem elas a patrocinadora da viagem da “ cura”!

Da Elsinha… passou para Cinha ( a “Matrioska Segunda”)… e se eram amiguinhas… já o deixaram de ser e provavelmente daqui a umas semanas estarão a trocar insultos uma com a outra numa revista qualquer. Isto claro, se o romance durar “ semanas”. Depois claro, voltarão a ser amigas e partilharão uma viagem juntas e andarão a rebolar nas festas de croquetes com o novo apêndice… esse sim “ o grande amor da sua vida” ( mais um!!)

Ou o socialite português é muito pequeno ou então é pouco imaginativo… ou então as duas coisas juntas. Anda ai uma enrodilhada de casalinhos que para se pouparem da”canseira” que é passar o dia em cabeleireiros, massagens e estilistas…e para não pensarem na quantidade de créditos que têm feitos no Cetelem , vão trocando entre si os namorados e maridos para descomprimir e então passeiam-se com as “ Matrioskas amor da sua vida desse mês” .Em vez de se trocar de roupa com as amigas “ caturras”, troca-se de namorado e marido… ou então encaixam-se umas sobre as outras. Esta misturada vai colorindo as revistas e fazendo as delícias do tuga e alimentando anedotas. Eu divirto-me pelo menos!! Há aí umas personagens que estão “ sempre à frente” e fazem constantemente as capas de revistas com os seus “ grandes amores” e “ grandes desamores”.

A Elsinha ( ex Matrioska 1º)está no topo das minhas preferências porque coitada apaixona-se 5 vezes por noite, o que significa 5 noites de depressão logo a seguir.
A Cinha está-se a habilitar a ser a nova rainha das capas de revistas e a somar escândalos com o novo “surfy boy”. E enquanto não aparecer a “Matrioska Terceira” ou enquanto o “ Action Man” servir para os gastos, está tudo bem! Se o caldo açucarado se entornar… não há mal, siga… que venham os próximos!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Diz que é uma espécie de campanha



Para quem passa como eu pelo Marquês de Pombal todos os dias é impossível não reparar no outdoor que está virado para a estátua do Marquês de Pombal do Partido Nacional Renovador. Se o objectivo é chocar, pois bem… está parcialmente conseguido.Eu antes de ler sequer o que estava escrito no cartaz fiquei hipnotizada com o ar de psicopata do senhor do cartaz.
( José Pinto Coelho).

O cartaz é de fundo azul e o senhor aparece numa margem direita ( só podia), todo engravatado e de olhar longínquo como se estivesse a projectar um futuro grandioso….depois então fixei-me na mensagem: “Basta de Imigração, o Nacionalismo é a Solução: façam boa viagem”. O segundo cartaz apareceu dias a seguir e dizia: “ As ideias não se apagam, discutem-se”.

Pois é, pensei mesmo que nem os taxistas dizem tanto disparate… e enquanto mandam a calinada no táxi e ninguém lhes liga puto… tudo bem… o problema é quando vêm grupos organizados que se dizem partidos, que enchem a boca para falar de Democracia e de liberdade de Direitos, colocar um cartaz destes com um “engravatado betinho” com a mania da raça pura.

É que se Hitler um dia descaracterizou por completo o que disse Friedrich Nietzsche quando falou do mito do super-homem e levou à letra a sua interpretação do que achava ser o “super homem”…e tornou-o a sua obsessão doentia em busca da raça pura ( Raça Ariana) …aqui estamos perante um senhor igualmente psicótico que deve ter Hitler com ídolo! Preocupa-me a sua mania da superioridade racial e pior ainda, o seu gostinho especial de exibicionismo e de publicidade negativa propositada: falem mal, mas falem!! E parece que pegou! Está claro!!

Penso que a grande maioria não passa cartão algum ao que o PNR pensa, diz ou faz… mas a questão é que as ideologias mais loucas surgem assim. É certo que devemos respeitar a liberdade dos outros, mas só quando essa liberdade não é ofensiva e não tem em evidência pressupostos perigosos. Quem acha que o Português alguma vez poderá ser uma “ raça pura” então não conhece minimamente a história de Portugal (os nossos primórdios e todas as nossas misturas).É o que se chama de etnocentrismo (encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro).

Não contente ainda fui ver o que o PNR tinha a dizer sobre isso e fui ao site oficial:
“Foi uma semana em cheio! Um cartaz no Marquês de Pombal; uma mensagem forte e cheia de razão; uma grande coragem para enfrentar a ditadura do pensamento único. Com essa estratégia pusemos o país a falar no PNR de um dia para o outro.
Abrimos o debate sobre um tema delicado e sério que é uma bomba-relógio. Tema no qual ninguém tem coragem de falar. Mas nós temos! “
Primeira conclusão: CORAJOSOS OS SENHORES!!! São Kamiskazes destemidos!

“Move-nos a certeza de que centenas de milhares de portugueses pensam como nós mas, como não nos conhecem, não podem votar naquilo que não se conhece... E um partido desconhecido, de 10.000 votos, não serve para nada.
Mas o nosso espaço político é de centenas de milhares de votos. Esses portugueses têm o direito de se sentirem representados pelo PNR. Nós temos direito a esses votos. Por isso é necessário lutar! “
Segunda conclusão: Adeptos da teoria da batata.

“Temos uma militância de luxo, uma convicção inabalável, uma ideologia sólida e uma coragem sem limites. Não temos medo! “Vamos continuar este esforço. “Quem não aparece, esquece” e nós vamos aparecer cada vez mais perseguindo o nosso Objectivo 2009: representação parlamentar nesse ano!
José Pinto-Coelho
1 Abril 2007

Terceira conclusão: o discurso foi publicado no dia 1 de Abril ( dia das mentiras). Quase que acreditava, pregou-me um susto valente. Afinal foi só uma tanga mal mandada.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O Dia da Independência

Não há como fugir! O assunto do dia, da semana e do mês é a licenciatura de José Sócrates e o caso da Universidade Independente. E como o meu blog não fala de coisas “sérias”, lembrei-me que este caso era um bom assunto para escrever hoje!

Desde o Zé da esquina, a Anita das couves, até ao senhor professor, ao senhor doutor, todos comentam e opinam com teses cada mais apuradas do que se passou realmente com a Licenciatura do Sr. Engenheiro José Sócrates. Ou será que é apenas “ José Sócrates “ ou o Sr. Primeiro Ministro? Anda na ordem pública e eu já vejo isto como uma série televisiva, sei que amanhã haverá certamente uma nova cena e um contra-ataque. A vantagem é que esta série é das boas, porque não se consegue descobrir o final da trama. Além do mais tem a vantagem de dar ás 8 da noite em todos os telejornais do nosso país, o que é sempre bom! Vendo bem as coisas esta é uma das séries mais vistas nos últimos tempos, e se o argumento fosse bom até era justo que a SIC nomeasse a série para os Globos de Ouro para o ano… como não é, fica para a próxima e talvez ganhe a série infantil “ O Clube das Chaves” por ter um melhor argumento e actores mais convincentes!

Todos os dia sai uma bomba na comunicação social, depois vem uma explicação da bomba que foi lançada no dia logo a seguir. O que é certo é que tudo tem dado buraco. Parece que há dois certificados de habilitações com datas diferentes, não se percebe se afinal ele teve que fazer 5 ou 7 cadeiras para obter o título de licenciatura, não se percebe como é que alguém se licencia ao Domingo, como é que o Reitor que lhe tinha dado a equivalência as cadeiras, afinal naquela altura ainda não era Reitor… já para não falar o que levará uma pessoa a tirar a licenciatura na Universidade Independente.


Depois de muito reflectir sobre o assunto…encontrei a “ única explicação possível: O NOSSO PRIMEIRO MINISTRO É UM ALIEN.

Eu sei que é uma teoria inovadora, arriscada…mas vendo bem… ao pé dos argumentos que têm sido apresentados, até passa por uma teoria inteligente.
E se nós não percebemos os ziguezagues da licenciatura de Sócrates, é porque somos intelectualmente inferiores e nunca poderemos compreender um pensamento tão à frente que é mais rápido do que a luz.

O tempo no planeta dos Aliens é diferente do que no planeta Terra e como tal há essa trapalhada nas datas. Tem que se fazer uma correcta “equivalência” entre o planeta terra e o planeta de Sócrates, para chegarmos a uma data certa…. e se nós não percebemos está diferença de datas é compreensível… é difícil para nós Humanos percebemos tudo o que nos parece estranho. E se não é mentira ( o Sr Primeiro Ministro não mente), então o argumento está fortalecido… é algo de outro mundo e sobrenatural… lá está ( Ele é mesmo Alien!!)
E por falar em equivalências… o que para nós humanos é 5 para os Aliens é 7, foi outra constatação que consegui chegar...

Então e porquê a UNIVERSIDADE INDEPENDENTE? Pois é, José Sócrates escolheu esta Universidade por ter um nome “ simbólico”. Foi buscar a sua inspiração ao filme o “ Dia da Independência” ( Independence Day) e virou-o filme do avesso. Enquanto no filme o Presidente do Estados Unidos : Presidente Thomas J. Whitmore é um ex-piloto de caça que lutou na Guerra do Golfo e que lidera a resistência humana contra os Aliens. Aqui o nosso presidente apanhou a boleia do filme e virou-o de cabeça para baixo: ele é um Alien e ter ido para a Univerdidade Independente , não era porque lhe facilitariam a vida e lhe dariam as equivalência de bandeja, mas porque era um código entre os Aliens infiltrados que ele estava a dar os primeiros passos e estaria a criar terreno para a Invasão Alien.

Descoberta parte da “carecada” e das incongruências todas em volta da sua Licenciatura, o Sr. Primeiro Ministro não vacila e vai mais longe na entrevista na RTP ao dizer uma frase do seu amigo já falecido (quem sabe Alien- com todo o respeito) Sousa Franco que “ Quem teme tempestades acaba a rastejar”. No fundo José Sócrates, ou Engenheiro José Sócrates ou Primeiro Ministro… ou Alien sei lá…suspira de alívio ( Ufa, dizerem que fui beneficiado tudo bem...desde que não não descubram a minha identidade Alien!!)e por isso, só por isso não teme as tempestades que possam surgir! Enquanto ficarem os argumentos pela rama e a história for apenas considerada “ estranha” e uma grande “trapalhada” tudo bem!

Ao contrário do que disse Portas (“ José Sócrates saiu do seu pedestal e causou estragos na sua imagem”), a minha teoria é que no fundo esta situação até foi boa para “humanizar” no verdadeiro sentido da palavra o Senhor Primeiro Ministro. Serviu para trazer à tona não só a natureza “humana”, mas também “ trapalhona” tipicamente Portuguesa que Sócrates não tinha( não podia porque é Alien). Os Portugueses no fundo acham piada e identificam-se com ele e com a nova telenovela das 8. E assim camuflado em “humano” passa ileso…talvez o Dia da Independência esteja próximo!

Nova Postagem

A hora do almoço, nova Postagem!!

beijinhos

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Os sindicalistas

Do fundo do coração adoro os “ sindicalistas”. Falo não os sindicalistas
“ institucionalizados”, de papel passado, mas aqueles que sem o saberem o são de facto.
Não fecham fábricas, não fazem manifestações a frente das câmaras da SIC, não fazem greves, não pertencem a qualquer partido político, mas na sua essência são reivindicativos. E são reivindicativos por dois motivos: por tudo e por nada! Está sempre tudo mal, tudo terrível ou caótico.

Eu admiro estas pessoas porque são puros nas convicções. Realmente acham que está tudo muito mal, normalmente têm uma solução simplista na ponta de língua para os problemas do mundo, e apontam sempre o dedo ao “ Governo” porque chove, porque não chove, e por todos os motivos e mais alguns.
O governo independentemente da cor política é um “ gajo mau “. Se quando éramos crianças e não comíamos a sopa, tínhamos sempre um bichinho papão à perna, eles têm o bicho mau “ governo” bem visível quando apagam a luz do quarto e se preparam para dormir.

São do estilo de refilar no restaurante porque a comida nunca mais chega, depois refilam porque está fria, depois de aquecida porque está quente de mais, nos transportes públicos porque alguém passou sorrateiramente à sua frente ou porque o autocarro está atrasado, na discoteca com o porteiro porque implicou com os ténis. E se não for nada consigo, estão sempre dispostos a repor a “ justiça” a favor do mais fraco. São os zorros dos oprimidos e dos não oprimidos ( que só não são, porque não percebem, dizem).

Ás vezes chego a pensar se não confundirão “ ter personalidade” com “ ter mau feitio”, como não consigo chegar a uma conclusão… baptizei carinhosamente de “ sindicalistas”.

O sindicalista revolta-se sempre, está constantemente em tensão, o que me faz pensar que poderia ser o melhor amigo de Fukuyama ( O Fim da Civilização Ocidental) ou então de Nostradamus ( As Profecias). Assim, os sonhadores para si, não passam de ingénuos, os lutadores de nada servem porque a sua luta é sempre inglória. Nada faz sentido… porque segundo eles “a vida é um caminho para a cova” ( frase linda) . A verdade é que eles se atiram lá para dentro, assim que podem.

E adoro-os por isso mesmo porque conseguem apontar mil e uma pintas numa folha branca, quando eu apenas vejo uma. Passou-lhes um talento ao lado...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Os Treinadores de Bancada

Para quem anda atento na noite e no que se passa nas discotecas já deve ter reparado nos “treinadores de bancada”.Os treinadores de bancada são uma espécie de lapas de balcão de discoteca, estrategicamente posicionados para a pista de dança. Estão sempre de copo na mão, e normalmente com um cigarro ou cigarrilha ou charuto na outra e estes são a sua companhia mais certa durante toda a noite. A “outra” companhia (a feminina) sabem bem que depende de uma boa estratégia e já agora de uns copos a mais ( de ambas as partes).

Geralmente não saem do mesmo sítio, afinal “ treinador que é treinador” não pode jamais entrar à campeão campo adentro. Eles assumem e interiorizam de tal forma o seu papel que levam a sério e fazem questão de manter inviolável o seu “ espaço Vital”, ali na sua área tem o controlo absoluto e não há espaço para mais pardais. Os treinadores observam como ninguém a posição dos jogadores em campo e formulam a sua táctica que consideram ser sempre infalível.

Devem ter um código secreto entre eles, ou uma estratégia de jogo que é o piscar de olhos constantes “ implacável “ e “ à matador” para o “ campo de jogo”, diga-se pista de discoteca. Se há os treinadores de bancada solitários, há também os treinadores de bancada conjuntos. Os primeiros tratam-se de profissionalizados, os segundos são aprendizes de treinador que precisam da opinião de outros mestres para reformular vezes sem conta a estratégia em campo. Os “Aprendizes” são como Dom Quixote idealistas e visionários em busca da sua “ Dulcinea” da noite, os “Profissionais” são como Sancho Pança mais realistas e marcados sobretudo com a sua esperteza saloia, sabem bem que encontrar uma “ Dulcinea” pouco interessa. E reflectindo se isto fosse levado a letra, encontrar uma “Dulcinea” seria procurar uma agulha no palheiro… e além do mais, “Dulcinea” tem nome de miúda da aldeia, e isso não interessa nada!

A estratégia montada tem a ver com o grau de desespero. Se o treinador for dos que “nunca perde”, o seu grau de exigência é cada vez maior e larga de uma vez miúdas de 15 anos a cheirar a morangos e de aparelho nos dentes e acne na cara para os “Aprendizes”, é mais arriscado na estratégia de jogo.
Se o treinador é daqueles que não acerta uma, opta pelo mais fácil que é topar o grupo de miúdas mais bêbedas da disco, independentemente do aspecto que poderão ter, e fazer-lhe marcação serrada cada vez que alguma delas for ao bar e invadir o seu “ campo vital”.

A grande diferença entre um Pró e um Aprendiz é que o Pró faz a sua análise de um grupo de miúdas que o atraia e verifica qual daquelas é a melhor do que seu agrado se tem namorado se não tem, se vai com um amigo, amiga, faz a sua leitura corporal enquanto ela dança (será tímida, será extrovertida, etc) e assim que escolhe, está escolhido! Apenas se focaliza numa “ presa” durante toda a noite e galanteia-a.

O Aprendiz ( amador) por seu lado, direcciona-se em várias frentes, e quando vê o caso mal parado e as horas a passar, mete-se com todas as miúdas do mesmo grupo o que significa com quase toda a certeza uma tampa de todas elas, por se sentirem despeitadas. Elas não foram as “únicas”, “ não foram a primeira escolha” e ninguém gosta de ser a segunda, terceira ou décima quarta escolha.

As frases essas são quase automáticas, e são fruto de uma grande dedicação, depois de tantos tempo colado ao balcão. Vão percebendo uns com os outros
( misters) as técnicas mais utilizadas e as mais eficazes. Imagino que onde possam ter mais saída é nas lady’s night até porque o álcool nessas noite abunda para elas ( e á borla) …e se á noite os gatos são pardos… à noite e com o álcool a mais os “treinadores” sabem que podem ganhar uns pontos e passar numas horas de um feioso e bimbo a uma estrela de telenovela da TVI.

Os “El Papone” do sítio fazem parte da moldura da noite. São uma espécie de rebordo de uma Pizza com mais massa do que recheio, mas também não enganam ninguém. Podem ser treinadores até que a voz lhe doa, com uma molhada de piropos, bons rasgos de lata e com jogadores em campo … terão sempre campeonato para jogar.


PS: Toma lá o Osso!:P

terça-feira, 10 de abril de 2007

segunda-feira, 9 de abril de 2007

O Estágio

O Fim -de -semana, seria óptimo se aproveitássemos para carregar as baterias mas a verdade é que não é bem assim!

O fim-de-semana basicamente é por norma “cansativo”! É cansativo não fazer nada e o não fazer nada no limite é uma forma de cansaço não só físico como intelectual! Custa preparar a cabeça para não cumprir as ordens do relógio e dos hábitos impostos semanais e livrar de vez do piloto automático e repetitivo do dia-a- dia.

Depois de uma vida agitada durante a semana inteira chega por fim a oportunidade verdadeira do “livre arbítrio” de ou nada fazer ou fazer um monte de coisas que não se fez durante a semana inteira. Podem apenas ficar no campo das promessas, dos “ses” mas anda-se 5 dias a pensar na sexta á noite e no fim-de-semana que temos pela frente, 2 dias da semana a recuperar do mesmo, um dia a pensar que “ amanha já é quarta”, outro dia a pensar “ amanha já é quase fim-de-semana” e finalmente chega o último dia em que se pensa que bastam uma horas para sair!

O facto de termos esta “escolha” de poder passar um fim-de-semana santo ou de um fim-de-semana hiper agitado com grande folia social faz igualmente o mesmo… um cansaço durante a semana toda, ou então uma desculpa pelo menos até á quarta feira para justificar as olheiras e os atrasos matinais. As desculpas mais frequentes são: dormi tanto que estou mole! Ou então, este fim-de-semana dormi tão pouco que ando toda ensonada!
As desculpas seguintes é que a semana já vai a meio, depois que está quase a terminar… e gera-se um leque de desculpas colectivas e socialmente aceites.

A verdade é que vamos normalmente de um extremo ao outro com uma grande rapidez! E por isso se vê os desportistas de fim-de-semana que parece que vão ter um ataque cardíaco de tanto esforço que fazem a correr, os saudáveis de fim-de-semana que se rejubilam com folhinhas de alface ou saladas de Rúcula, os anti-gravata e anti-fato de trabalho e que se rendem ao … fato de treino e á vida saudável quando se desgraçam em Mac Donald’s a semana inteira, ou por contradição, os rebeldes do fim-de-semana que optam por serem os reaccionários da vidinha sem sal da semana e que entram em estágio automático de bebida, noitadas e tabaco mal chega as 6 da tarde de sexta feira, como se o mundo fosse acabar daqui a uma hora! Colocam a sua roupa mais fashion e perdem a pose de “ doutor”!

E reflectindo o nosso hábito do café tão português, tem a ver sobretudo com isso! Tomar café, não é somente um acto social para escapar durante 5 minutos ao trabalho que está a monte na secretária , umas três vezes ao dia… mas sobretudo para “ camuflar” a nossa natureza “ sorna “ e “ pacholas”.

E por tudo isso...o café expresso torna-se o nosso maior amiguinho ( pouco colorido) apaixonamo-nos interesseiramente por ele, não só pelo seu sabor, mas também por aquilo que nos proporciona que é disfarçar a nossa natureza "sorna".

quarta-feira, 4 de abril de 2007

A Utopia Feminina


Adoro revistas femininas!E no ínicio do mês vê-se inúmeras revistas destas nas bancas!Eu comprei ontem uma e folheio-a com o sentido crítico mais ou menos apurado. E digo” mais ou menos apurado”, porque a credibilidade que dou a essa revistas é mesma que dava à Ragazza quando tinha 15 anos, isto é, seriam perfeitas se fossem feitas para mulheres “normais”, mas a verdade é que não são.

Verdade seja dita, 80% (eu portanto estou incluída) das mulheres que compram a Cosmopolitan/Vogue, etc.. não seguem os conselhos “ maravilhosos” que lá têm, ou porque não podem, ou pura e simplesmente é impossível. A mulher normal não vai comprar vestidos à Emporio Armani para ir para a praia, ou compram carteiras da Furla para ir ao supermercado, ou sequer têm namorados ou maridos fantásticos, nem casas fantásticas, nem filhos fantásticos, nem empregos fantásticos, nem um salário chorudo, nem todos estes requisitos todos juntos... quem compra não é para se rever nessa vida, mas sonhar com a vida que não tem.

A vida normal é demasiado enfadonha para que se fale nela, e essas revistas femininas perceberam isso. Perceberam que enquanto a maioria das leitoras compra roupa na Zara, tinha muito mais piada colocar dezenas de páginas de roupa de criadores ou de lojas caríssimas com preços “ a consulta”, o que significa que deve ser tão cara, que nem sequer colocam o preço.

Perceberam que era muito fixe darem ideias para uma noite escaldante e técnicas infalíveis para bom sexo, técnicas infalíveis para uma grande produção para sair a noite, técnicas infalíveis para dar a volta ao tal... ao namorado ou ao maridão...receitas afrodisíacas, dietas da lua e blá blá blá, quando na verdade as revistas são mais compradas pelos brindes que dão, do que o teor do que está lá dentro. Na prática lê-se e acaba na mesa da sala com pó. Na prática folheia-se quando não há mais nada para fazer, ou quando momentaneamente se quer vestir a pele de “ femme fatal” num dia que se acorda de cabeça para baixo ou com os pés destapados. Na prática ficam as ideias soltas, mas a vida prática desorganiza-as.

A maioria das mulheres consome-as na fila do supermercado, enquanto pensa na quantidade de roupa da Zara que tem para passar a ferro, do jantar ainda que tem que fazer quando chegar a casa, do namorado/ marido que ressona e está cada vez menos sexy!

E verdade seja dita... se o namorado/ marido aparecer com um ramo de flores assim do nada e se fizer um jantar à luz de velas num dia normalíssimo e depois de anos de vida em comum( tal como as revistas apregoam) , no mínimo pensarão... que só podem estar a fazer isso... porque ou se enrolaram com a sua melhor amiga ou com a colega do trabalho ou com a vizinha do andar de cima que tem menos dez anos. E o jantar romântico ainda dá origem a uma crise conjugal!E se calhar até têm razão... será que o romantismo puro existe? ( isto é... dar a mão sem por a outra atrás das costas a pedir algo em troca?) No limite, há romântismo gratuito?E se existir, será que as mulheres estão prepararas para que isso aconteça?

No fundo essas questões pouco interessam. As revistas femininas são totalmente inofensivas( e eu compro na mesma, quando me apetece!) porque os pressupostos são imaginários e quase irrealistas, as mulheres “Cosmos” não andam por aí a abundar, e os homens “ Men’s Health” também não. Mas Ninguém faz caso disso, ninguém se coloca no mesmo patamar que as "cosmos" girls e por isso não há frustrações. A utopia feminina é alimentada e enquanto existirem mulheres é certo que existirão revistas femininas também!

PS1: Tinha que por este PS senão tenho o meu futuro ameaçado: Eu acredito em jantares românticos ( sem motivo nenhum, com motivo e blá blá blá).Ainda estou na idade de acreditar nisso! Fica dada a dica!! UFA!!

PS2: Novo post só para a semana.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Wanna be "japonês"?

No sábado tentei ser cool e fui jantar a um restaurante chinês/ japonês. E porque chinês/ japonês ? Porque agora com a bronca que houve com os restaurantes chineses à pala da inspecção rigorosa... e pela moda crescente da comida japonesa... os chineses “ depatriaram-se” viraram as suas vestes chinesocas do avesso e adoptaram de vez os kimonos!

Assim, o que era restaurante chinês pobretanas, passou a japonês!Embalados pela moda, até se safaram bem...redefiniram a decoração e os pratos.. e de uma semana para a outra, passaram de “ porcos restaurantes chineses que congelam e descongelam a comida vezes sem conta, que servem carne de 3º qualidade e não respeitam a higiene do restaurante” a um chique restaurante, exactamente com os mesmos funcionários, com os mesmos cozinheiros, mas com uma decoração e com menus diferentes”.

O restaurante que fui no sábado era um “ chinês/japonês” ao menos assumido. Dizia mesmo lá à entrada ( chinês/ japonês)! O que significa que sem pudor pretende agradar aos dois públicos: ao dos crepes e shop sue e ao do sushi.
Eu apreciei a sinceridade, pelo menos quem lá vai, não se sente entrujado quando se depara com os mesmos funcionários a servi-lo. No menu do restaurante chinês/ japonês.. tinha pratos desde o mais básico arroz chau chau, ao “ sofisticado” sushi num barquinho de madeira.

Eu fui lá com ideias de provar sushi de uma vez por todas e por isso e por sugestão do João provei as iguarias que lá estavam. Salmão cru, pargo cru, algas, camarão crú .... punha-se um pouco de molho de soja, e mais uma coisa qualquer verde picante e pronto... era aquilo! Se já tinha ideia que era completamente pacóvia e provinciana no que se trata a comida... tirei as minhas dúvidas: sou mesmo!

Mas quero lá saber... não gostei, mas tinha que provar para poder dizer da minha justiça, que realemente não fiquei minimamente convencida. A apresentação estava bonitinha e até tinha bom aspecto, até me abstrai que aquilo era peixe cru... mas a constataçãoque faço é que não tenho o paladar “refinado” para apreciar “ tamanha iguaria”. Vá lá que o vinho branco era bom e estava bem gelado e como tal dava para disfarçar o sabor e o cheiro à lota de Espinho. Só pensava em como um bife Portugália era infinitamente melhor, como uma sardinha assada também e que no fundo eu era uma bimba de casaco de ganga e meia branca de raquetes perante aquilo!

Não convencida minimamente e esfomeada como estava passei ao plano B! Se tivesse num “japonês” ou num “wanna be” de japonês... guardava-me para uma sobremesa...como estava num “ chines/ japonês” virei o disco e pedi “chau min de gambas” e nem me chatei mais em tentar refinar e socializar o meu paladar provinciano. O João comeu o resto das iguarias japonesas e eu fiquei mais satisfeita com o meu Chau Min de gambas chinês.

A chinesita ou “wanna be” de japonesa não deve ter levado a mal e no fundo deve ter ficado inchada pelo facto de eu ter preferido a “ sua” comida. E eu percebi em como ela era inteligente em se ter mantido “ chinesa/ japonesa”. Assim consegue fazer frente a dois públicos diferentes e ainda fintar os “ wanna be” de restaurantes japoneses que se andam a espalhar por aí.